Um pra cá, dois pra lá

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Te quero
Não posso, atrevo
Arrisco e espero
Desejo
Calor
Queimando
Somando ardor
Febre
Luta, resisto
Não consigo
Avanço
Tapa
Sorriso e um beijo
Outro, arde
O tapa, não o beijo
Mais um, molhado
O beijo, não o tapa
Luta, seguro, resiste
Empurra de volta
Me olha
Eu olho
Cruzados
Ainda quero
Não paro
Espero
Me puxa
Resisto
Difícil, me faço
Insiste, persisto
Boca, língua
Viro o rosto
Segura, duas mãos
As minhas livres
Parede, prendo
Violência medida
Controle
Descontrole
De repente, sua boca
Teu sabor, saboreio
Moleza, pernas
Ereto de novo
Sério, sorriso
Malícia
Foge, fácil
Vou atrás, me quer
Eu sei, finge
Alcanço, desejo, agora
Abraço, suas costas
Minhas mãos, sua barriga
As suas, minha nuca
Vira-se, amiga
Amante, amada, nunca
Solto, estranho, confuso
Calor, febre?
Já doença, contorço
O que é? Quero!
Empurra de novo, sofá
Caído, fico, olhando
Move-se lá e cá
Um lado, outro, repete
Cintura, não para
Solta o cabelo, ameaça
Pescoço se cobre
Mistério, os ombros
Esconde, mostra
Provoca, sabe como
As pernas, aponta
Me aponta, os pés
Levanto, só tento
Um pé, meu peito
Impede, empurra
Ainda sofá, faz que não
Morde o lábio, devagar
Sensual, os braços
Pra cima, revirando
Olhos, quase fecha-os
Cintura, não para, nunca
Abre o cinto, fivela
Puxa de um lado
Volta do outro
Chama minha atenção
Oura coisa, pescoço
E ombros, livres,
Lindos, aparecendo
Abro a boca, sinto, imagino
Sofro, me castiga
Cobre de novo, cabelo
Pra baixo, o cinto
Cadê? Surpresa!
Meu pescoço, ao redor
Preso, duas mãos
Me puxa, levanto
Quer. Agora?
Ainda não, dança
Mais, me leva, conduz
Onde? Cama, sobe
Não me deixa
Só ela, eu fico
Admiro, desejo
Quente, muito calor
Explodindo, quase
Quero subir, amo
Um pé, meu ombro
Percebeu, fez que não
Desce o pé, devagar
Meu tórax, brinca
Sobe, acaricia o rosto
Belisca, dói
Careta, desculpa
Sorrio, sorri
Joga beijo e o cabelo
De novo os ombros
De novo o pescoço
Te quero, não agüento
Esperta, empurra
Sempre percebe
Corre, subo, desce
Me joga a blusa, rápida
Sabe que atrasa
Quer tempo. Pra quê?
É o jogo, e é dela
Sinto o cheiro, mulher
Simples, sem perfume
Ela, em essência
Traduzida no olfato
Maravilhosa! Única!
Única! Só ela!
Feitiço, sucumbo
Deleite, cheiro bom
Muito, impossível
Ri, eu procuro
Não acho, esconde
Vejo a calça, sofá
Brinca, me ama
Não agüenta, ri mais
Encontro, assusta, corre
Vou atrás, claro
De repente, se joga
Em mim, derruba
Cuidado, não machuca
Procura, minha camisa
Arranca, um movimento
Troféu, levanta, foge
Agora não, seguro
Pé, puxo, firme
Caída, por cima
Luta, sempre,
Cede
Beijo, beijo, beijo
Finalmente
Pescoço e ombros
Meu troféu!

- Você nunca me deixa terminar!
- Como é que é?
- A dança. Você nunca me deixa terminar a dança!
- Ah bom! Não, não consigo... Mas algum dia deixo você terminar. Prometo.
- É?! – ela, feliz – Quando?
- Não sei. Quando comprarmos cordas pra me amarrar numa cadeira ou no pé da cama. – ela ri gostoso e depois olha sério, séria.
- Não, você tem de estar solto. Não seria a mesma coisa. Vamos contar com sua força de vontade.
- Acho que você tem razão. Sempre tem. Mas não sei se consigo resistir à toda sua sensualidade...

Olhos se encontram. Ela morde o lábio...

Não, eu não resisto.

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